Este livro tem por objetivo expandir o conceito e a ação da liberdade. A poesia é utilizada como método para compreender a origem de nossos desejos e a percepção da realidade.
Somos realmente livres naquilo que queremos? Qual é a origem do nosso amor? Como aprendemos a desejar? Por que nos submetemos a uma minoria de tiranos, que retiram a liberdade de uma imensa maioria? Por que escolhemos para nós mesmos prisões que pioram nossas vidas, quando a chave para a nossa libertação está sempre em nossas mãos?
Cada poema aborda o paradoxo da busca pela liberdade e as prisões invisíveis que criamos, abrangendo questões políticas, afetivas, sexuais, familiares, religiosas e amorosas. Por meio da exploração e transformação da linguagem, o objetivo é traduzir e iluminar a realidade para alcançar uma possível melhoria através da poesia.
A liberdade é uma ação. Ação de libertação. Só é livre quem tem noção da realidade. Não é livre quem é escravo de seu desejo, que sempre se constrói através da influência do meio. Não é livre quem é escravo de uma ideologia, que aprisiona a realidade à vida que se tem ou ao desejo de transformá-la. Não é livre quem não sabe dominar a linguagem, pois não consegue expressar sua percepção da realidade, da vida e de sua própria liberdade.
A liberdade - de uma pessoa, de um cidadão, de alguém que pensa - se constrói a partir do molde formado pela personalidade, pelo que você aprende sobre si mesmo e sobre sua realidade, para que perceba as prisões que pode escolher. Sim, prisões. Porque não há liberdade total. Você escolhe suas melhores opções de prisões. O amor - a alguém, a um grupo, a uma ideia, a um país - é uma prisão voluntária.
Escolher não se encantar por um erro é libertar-se de uma prisão equivocada. Acorrentar-se a um sentido de vida que vale a pena - que melhora a vida de outro que você ama, que você escolhe amar e a quem decide se prender - é um ato de aprisionar-se a um amor voluntário. Um ato de real libertação.