Monique, moça de "boa família" parisiense, está para se casar, virgem, quando descobre a traição do noivo. Em vez de se submeter ao casamento em nome do decoro (e das finanças familiares), ela decide reivindicar o que sempre foi privilégio dos homens: a liberdade. Afrontando a hipocrisia burguesa, ela vai aonde quer, ama ou se deita com quem escolhe. Leva a vida, enfim, como um homem - é a Garçonne, a mulher livre.
O romance chocou a França dos "loucos anos 20", alcançando um sucesso tão avassalador quanto a perseguição que seu autor, V. Margueritte, logo sofreria: a Igreja o excomungou e o Estado o desonrou. Leitoras e leitores debateram fervorosamente: para alguns, La Garçonne era um manifesto sincero e corajoso pela liberdade feminina; para outros, um romance erótico disfarçado de crítica social. Até hoje a obra segue desarmando preconceitos e provocando discussões sobre os direitos e os desejos da mulher na sociedade.