Romance centrado em família franco-marroquina aborda pertencimento, colonialismo e liberdade.
Após os turbulentos conflitos que eclodiram na guerra de independência, mais de dez anos antes, o Marrocos vive um período de reconstrução, instabilidade política e mudanças sociais. Amine e Mathilde Belhaj - ele, ex-soldado marroquino, e ela, alsaciana - criaram os dois filhos em Meknés e, com muita obstinação, prosperaram em meio às dificuldades, passando a integrar a recente burguesia nacional.
Em 1968, a família leva uma vida abastada, dividida entre as velhas tradições e novos hábitos que acenam ao hedonismo ocidental, com festejos, músicas e danças. Enquanto Selim, o filho caçula, é um garoto pouco disciplinado que se prepara sem afinco para o exame de ingresso na universidade, Aïcha, a mais velha, sempre muito dedicada, estuda medicina em Estrasburgo. Nas férias da faculdade, durante a agitação que toma as ruas na França, ela volta para casa, depois de quatro anos fora, e encontra um Marrocos muito diferente. Em um passeio com uma amiga, Aïcha conhece "Karl Marx", um estudante de economia idealista que a faz questionar a própria realidade e a ver as coisas com um novo olhar.
Em Vejam como dançamos, sequência de O país dos outros, reencontramos a família franco-marroquina que retrata os desafios impostos pelo multiculturalismo e pelas relações inter-raciais em uma sociedade conservadora. Dessa vez, acompanhamos principalmente Aïcha e Selim, a geração dos filhos da revolução, que crescem em uma situação mais favorável, mas ainda buscam pertencimento e liberdade ao mesmo tempo que tentam compreender quem são. Com sensibilidade e uma narrativa potente, Leïla Slimani conta, a partir da trajetória das gerações da família Belhaj, a história do próprio Marrocos.