Morrer pelo Che, novo lançamento da editora Quadriculando, é uma história em quadrinhos no formato graphic novel que reproduz a histórica viagem ao Uruguai do comandante Che Guevara e toda a repercussão da mesma na sociedade e na mídia local, mesclando aspectos reais e fictícios, num trabalho primoroso de Pablo Roy Leguisamo, Marcos Vergara (Jantar com Amigos) e Caio Di Lorenzo. A obra venceu os Fundos Concursáveis para Cultura do Ministério da Educação e Cultura do Uruguai em 2012 e faz um trabalho minucioso de resgate histórico, o discurso de Che, por exemplo, é real, reproduz palavra por palavra o dito pelo líder cubano na sua passagem pelo país. Os eventos retratados em agosto de 1961, a partir da visita de Che Guevara ao Uruguai, mostram claramente as características de uma época contraditória, onde a violência e a ingenuidade se misturavam no entorno político e social da América Latina. Grupos de esquerda e de direita, influenciados por agentes da CIA e da KGB, estavam envolvidos em uma rede de espionagem que superava a compreensão de ambos os lados. A edição da Quadriculando/Anita Garibaldi tem capa exclusiva desenhada por Marcos Vergara para versão brasileira e segue o padrão original, com 100 páginas coloridas, capa cartão, formato 19 x 25 cm e papel couchê. Roy e Vergara conseguem apresentar toda a história de uma maneira sutil e precisa. O roteiro parte de um fato histórico real que ocorreu durante a visita de Guevara ao Uruguai, enquanto discursava na Universidade foi assassinado em circunstâncias misteriosas o professor Arbelio Ramirez; tão misteriosas que se criaram múltiplas teorias, se escreveram livros, se fizeram filmes e agora existe também essa HQ. Morrer por Che faz mais que narrar um feito histórico, tanto no que diz respeito a visita do revolucionário argentino-cubano ou a morte de Ramirez. O que se conta em suas páginas é o fruto de um grande trabalho de documentação com a finalidade de nos oferecer uma ficção histórica a mais precisa possível, tendo reproduções fiéis as capas dos jornais, do discurso de Che e outros fatos que têm ligação com seus dias nesse país, a exemplo das relações dos personagens reais que aparecem (por exemplo, a agente da KGB e Ramírez)