Desde 2018, a artista e editora Isabel Kreitz tem feito com que criadores de quadrinhos de língua alemã reinterpretem clássicos arrepiantes na série "Die Unheimlichen" da Carlsen. De Poe e Sófocles, surgiram algumas variantes interessantes de obras conhecidas. O premiado Ralf König, no último volume da coleção, assumiu a icônica obra de Mary Shelley, "Frankenstein: ou o Prometeu Moderno". O autor é conhecido no Brasil por suas obras LGBTQIA+ e, recentemente, como responsável pelo roteiro e arte de uma das edições de aniversário de 75 anos do personagem Lucky Luke. O livro de Shelley dispensa apresentações. Originalmente publicado em 1818, tornou-se um dos maiores clássicos da literatura mundial e a pedra fundamental da Ficção Científica em geral. Seguindo o espírito da série, "Frankenstein" de König não é uma adaptação tradicional ou apenas uma releitura. A HQ consegue criar uma perfeita correspondência com o original. O protagonista, que prefere permanecer anônimo, escreve uma carta furiosa para Mary Shelley e aponta que ela tomou algumas liberdades no seu conto. Ele, então, relata como é realmente o processo de ludibriar a morte. E o motivo que levaria alguém a isso. Com seu estilo inconfundível, König apresenta a mais original e poética abordagem para o mais famoso "monstro" da cultura. Uma graphic novel que faz justiça tanto ao clássico imortal de Shelley quanto ao próprio currículo do talentoso quadrinista alemão. Emily Zürn e Stefan Dinter fizeram a coloração que cria toda a atmosfera da obra e Monty Arnold o posfácio. Para edição brasileira, temos um texto extra de Mario Oliveira, premiado quadrinista e organizador da Poc Con. Tradução de Ester Gewehr.