"Não deixe para amanhã o que você pode deixar para lá." "Acordo cedo para me atrasar com calma." "Só não jogo tudo para o alto porque depois vou ter que juntar." "Se a vida te derrubar, aproveite e durma." "É tanta coisa para fazer que eu nem sei por onde começar a desistir." "Sofro de ansiedade pré-nada: não vai acontecer nada, mas eu já tô ansioso." "Vai fazer o que hoje à noite? Se tudo der certo, nada."
Essas mensagens, tão divertidas quanto dolorosamente reais, são de Pedro Vinicio, rapaz pernambucano, nascido em 2005 na cidade de Garanhuns, que, acompanhadas de desenhos expressivos, com um ar infantil e, ao mesmo tempo, desesperado, viralizaram a partir de 2020. Em um momento sombrio para o mundo e, particularmente, para o país, o jovem soube traduzir como poucos o grande mal-estar da vida contemporânea - aquela combinação de hiperconectividade, ansiedade e exaustão que vem perseguindo a todos, de forma cada vez mais implacável, ao longo deste século XXI.
Inserindo simplicidade e humor tão bem-vindos numa realidade pesada, Pedro Vinicio nos mostra que nada nos une mais quanto rir das nossas próprias dores e das demandas incessantes do cotidiano. Seu trabalho, que agora passa das telas dos celulares para as páginas dos livros, é uma prova de que - parafraseando Caetano Veloso, uma de suas referências declaradas - devemos respeitar muito as nossas lágrimas, mas ainda mais as nossas risadas.
"Cada página do Pedro Vinicio é uma festa, e cada festa vem com surpresa. A gente se sente de parabéns", Laerte.