As grandes corporações racharam o mundo em feudos opressivos e consumistas. Suas guerras sujas são travadas nos bastidores, mas seus efeitos ecoam na política, na Rede e nas ruas, onde as massas tentam sobreviver a mais um dia. Aqui párias, anarquistas, dândis, caçadores de recompensa, detetives, traficantes, gamers, hackers e chefes de família sabem que tecnologia e informação podem ser a diferença entre viver e morrer.
Nascido na efervescência neon, eletrônica e glam dos anos 1980, o cyberpunk surgiu na literatura e expandiu sua influência infectando o cinema, a música, os games, as HQs e a moda, um espasmo de vigor e pessimismo que trazia um futuro diferente do prometido pela ficção científica em sua era dourada. Como um profeta apocalíptico, anunciava que o high tech, low life seria a tônica do nosso tecido social.
Em Cyberpunk - Registros Recuperados de Futuros Proibidos, os organizadores Cirilo S. Lemos, que também participa com um conto, e Erick Santos Cardoso compilam dados das narrativas de Santiago Santos, Ricardo Santos, Daniel Grimoni, Michel Peres, Claudia Dugim, Carlos Contente, Rodrigo Silva do Ó, Marcelo A. Galvão, Marcel Breton, Karen Alvares, Alexey Dodsworth e Fábio Fernandes.
São doze histórias que transitam entre o retrô e o pós-cyber, mostrando que, com transplantes, clonagens e uploads de memórias, o gênero pulsa mais vivo do que nunca.